Concede-me o que me ordena

Concede-me o que me ordena

Toda a minha esperança baseia-se na grandeza de Tua misericórdia. Concede-me o que me ordena, e ordena o que quiseres. Tu nos ordenas a continência, e alguém disse: "Consciente de que ninguém pode possuir a continência, a não ser por dom de Deus, já era sabedoria o saber de onde vem esse dom" É graças a continência que nos reunimos e nos reconduzimos à unidade, da qual nos afastamos para nos perdermos na multiplicidade. Pouco te ama aquele que ao mesmo tempo ama outra criatura, sem amá-la por tua causa. Ó amor, que sempre ardes e não te extingues jamais! Ó caridade, meu Deus, inflama-me! Tu me ordenas a continência; concede-me o que me ordenas e ordena o que quiseres.

Confissões de Agostinho