Sofrida contemplação

Sofrida  contemplação

Uma  sofrida  contemplação  da  aflição  de  nosso  Senhor,  diminui  de  tal maneira  nossas  angústias,  que  chegamos  a  considerá-las  como  ligeiras  aflições, triviais demais, demasiadamente insignificantes para serem mencionadas no mesmo dia. Quando acabemos de contemplar os agudos quebrantos do Varão de Dores, não nos atreveremos a registrar-nos de forma alguma na lista dos afligidos. As feridas de Jesus destilam um bálsamo que cura  todos os  ferimentos  fatais. E  isto não é  tudo, ainda que  fosse muito  em um mundo de  angústia como  este; mas há um  estímulo incomparável no que é relativo à paixão do Senhor. Mesmo que tenham sido quase esmagados pelo quadro das agonias de  seu Senhor,  saíram de  lá  fortes, decididos, fervorosos, consagrados. Nada  comove  mais  as  profundezas  de  nossos  corações  como  a  angústia  de  Seu coração. Nada é demasiado difícil para que o tentemos ou o suportemos por Aquele que se sacrificou a Si mesmo por nós. Ser vilipendiados pela amada causa de quem sofreu  tanta  vergonha  por  nós,  não  se  converte  em  uma  grande  aflição;  incluso  o opróbrio, quando  é  suportado por Ele,  se  torna  em maiores  riquezas  que  todos  os tesouros  do Egito. Sofrer  por Ele  no  corpo  e  na mente,  incluso  até  a morte  é  um privilégio muito mais que uma  exigência:  tal  amor  inflama nossos corações de  tal forma,  que  ansiamos  veementemente  encontrar  uma  forma  de  expressar  nosso débito. Aflige-nos  pensar  que  nossas melhores  intenções  sejam  uma  coisa muito pequena; mas estamos solenemente decididos a não dar nada que não seja o melhor de nós a Quem nos amou e se entregou por nós.

C. H. Spurgeon